05/06/2012
Astrônomos do mundo inteiro se preparam para observar, entre esta
terça e quarta-feira, um fenômeno excepcional que só voltará a ocorrer
em 105 anos.
O trânsito de Vênus entre a Terra e o Sol, de quase
sete horas de duração, será visto como um ponto preto na superfície
solar, mas os especialistas advertem que só deve ser observado com
mecanismos que bloqueiem a luz solar aprovados para evitar risco de
cegueira.
O início do fenômeno será visível na América do Norte
(em todos os Estados Unidos, no centro e no leste do Canadá), em toda a
América Central e no Caribe e no norte da América do Sul (na parte
central e norte do Peru, em Equador, Colônia e na Venezuela, em quase
todo o território), na tarde de 5 de junho, desde que o tempo fique
aberto. O final do fenômeno não será visto nestas regiões por causa do
pôr-do-sol.
Toda a passagem de Vênus diante do Sol poderá ser
vista no leste da Ásia e na região do Pacífico Ocidental. Em Europa,
Oriente Médio e sul da Ásia serão visíveis as etapas finais da passagem,
à medida que for amanhecendo na região, na quarta-feira.
A maior parte da América do Sul, assim como o oeste e o sudoeste da África, não chegarão a observar o fenômeno.
A
agência espacial americana (Nasa) prometeu "a melhor vista possível do
evento" através de imagens em alta resolução captadas de seu
Observatório de Dinâmica Solar (SDO, na sigla em inglês), em órbita ao
redor da Terra.
"Uma passagem assim é um espetáculo maravilhoso e
raro. Se levarmos em conta a imensidão do céu, é bastante incomum que um
planeta passe em frente ao disco do Sol e é preciso esperar 2117 para
(ver) o próximo", disse o co-pesquisador do SDO, Richard Harrison.
A
sonda Venus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), é a única nave
na órbita de Vênus atualmente e usará a luz do Sol para estudar a
atmosfera desse planeta.
A ESA e a agência espacial do Japão também têm satélites na órbita terrestre para observar a passagem de Vênus diante do Sol.
E
o telescópio espacial Hubble, da Nasa, que não pode observar o Sol
diretamente, usará a Lua como um espelho para captar a luz solar
refletida e aprender mais sobre a atmosfera de Vênus.
Muitas
universidades e centros de estudos, como a Universidade Autônoma do
México e o Museu Aeroespacial em Washington, programaram observações e
conferências de astronomia para o público.
Para aqueles que
quiserem ver o fenômeno em seus 'smartphones', há um aplicativo
disponível para acompanhamento da passagem em http://tov2012.esri.com,
segundo a associação internacional Astrônomos sem Fronteiras.
Os
cientistas asseguram que estudar o trânsito incentivará esforços futuros
para identificar planetas distantes e aprender mais sobre suas
atmosferas.
Só seis passagens de Vênus diante do Sol foram registrados dos 53 ocorridos entre 2000 a.C. e 2004 d.C, quando ocorreu o último.
A
próxima passagem de Vênus entre o Sol e a Terra ocorrerá em 2117,
dentro de 105 anos. Esses trânsitos acontecem duas vezes a cada oito
anos e, depois, não são registrados por mais de um século.
O último trânsito de Vênus entre o sol e a Terra aconteceu em 2004 e nenhum fenômeno foi verificado em todo o século XX.
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